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Tudo aqui conspira, inspira, aspira ao espetáculo. Toda a pintura da artista é palco de formas e cores contrastantes, composição aberta aos olhares inquietos."
Marcos De Lontra Costa

Petropolitana, nascida em 1960, cursou Belas Artes, na EBA Escola de Belas da UFRJ, também é formada em Direito pela UCP – Universidade Católica de Petrópolis. Frequenta diversos cursos de arte, ateliês de artistas e grupos de estudo de orientação em artes e cultura no Brasil e no exterior. Isabela Francisco trabalha com pinturas de técnicas e formatos variados, com forte impacto visual e, mais recentemente, com esculturas e instalações que explicitam sentimentos de pura emoção. Seus trabalhos integram importantes coleções particulares e acervos públicos no país e no exterior.  Participou de exposições, mostras e feiras em espaços culturais como o Museu Histórico Nacional – Rio; Allarts Gallery – Lisboa; Centro Cultural Justiça Federal – RJ; Centro Cultural Correios do Rio; Casa de Cultura Laura Alvin; Espaço Cultural do STJ e Teatro Nacional Cláudio Santoro – Brasília.
Participou, também, de inúmeras exposições coletivas, entre elas Cow Parade – nas ruas do Rio; A Cara do Rio – Centro Cultural Correios, em várias edições; Arte Lisboa – Lisboa; Mostra UNICEF – Paris e do Vip Lounge Varig no JFK International Airport, entre outros. Durante 11 anos teve seu ateliê em Ipanema na cidade do Rio de Janeiro. Em setembro de 2013 se muda para Lisboa, onde intensificou seus estudos de artes e viagens de imersão cultural. 
De volta ao Rio de Janeiro passa, também, a exercer funções de Curadoria no Centro Cultural do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro. 
Em 2020, cria, no seu canal do YouTube, o projeto “Fazendo Arte por Toda Parte”, onde, semanalmente, apresenta curtos vídeos orientando técnicas de desenvolvimento artístico para iniciantes e inaugura, seu novo ateliê no centro antigo do Rio de Janeiro. Isabela vive e trabalha entre Rio e Lisboa, cidades onde possui ateliês.

Recentemente fez a curadoria da exposição Presenças Invisíveis no Centro Cultural do Poder Judiciário que aborda o tema da violência contra a mulher.

Isabela Francisco
Isabela Francisco

PAISAGEM ENCANTADA | Revista Nosso Caminho V.1 N.10 - 2011
Marcus De Lontra Costa
 

“Toda paisagem é um estado de espírito”
Fernando Pessoa

 

Há, entre a paisagem carioca e a personalidade de Isabela Francisco, uma perfeita simbiose. O Rio recusa a linha reta, a forma aberta e definida e a amplidão espacial. Seus morros projetam-se sobre o mar e a cidade se espalha – e se espraia - por essas frestas, por essa infindável sucessão de dobras e recortes. A pintura para Isabela Francisco é instrumento de beleza e sedução. Ela se projeta sobre o suporte, seja lindo ou alumínio, com a ferocidade daqueles que fazem da paisagem a sua razão de ser, o seu corpo, suas vísceras, seu desejo.


Essa é a permanente presença do barroco tão bem compreendido e vivenciado pela artista. Tudo aqui conspira, inspira, aspira ao espetáculo. Toda a pintura da artista é palco de formas e cores contrastantes, composição aberta aos olhares inquietos. Como registra Alfredo Bosi, “O clássico articula cada parte do conjunto, analisando e perfazendo as suas linhas, que são os seus limites: cada figura recebe um tratamento plástico acabado. O barroco vai direto ao coração do efeito pictórico, dando a esta ou àquela figura todo o peso simbólico (ou, frequentemente, alegórico), que é a chave da obra merecendo portanto maior tratamento expressivo ou ornamental.”


Para Isabela Francisco, conceito e emoção dialogam e se integram através da práxis. Para ela a arte é um permanente exercício de experimentação, e para que ocorra a necessária transcendência do real – essência da arte – é fundamental um profundo conhecimento dos meios técnicos que permitem à artista construir imagens de forte impacto e contundência visual. Por isso, o conhecimento técnico, o amplo domínio das tintas e pincéis, não se torna jamais um impedimento. Ao contrário, a necessária ação artesanal pictórica contribui efetivamente para o surgimento de um universo de cores, formas e volumes que, integrados transcendem a realidade objetiva e encontram eco e abrigo no universo da arte.

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Sobre ícones da paisagem carioca, a artista acrescenta uma alegoria arrojada composta por círculos e retângulos articulados como um colar de estrelas coloridas e vibrantes. A artista percorre tempos e

espaços variados, visita o barroco e a arte pop, caminha pela alegoria e pelo construtivismo, elaborando uma musicalidade de notas dissonantes que, graças a seu talento, acabam por criar uma obra íntegra e curiosa que permite ao espectador inquieto descobrir belas relações entre a forma e a cor. Nesse sentido, dentro de um certo espírito matissiano, Isabela não teme o kitsch nem o popular. A sua pintura, sofisticada na sua composição formal, incorpora o tropicalismo, a aura carnavalesca e sedutora que simboliza e sintetiza o Rio de Janeiro.

 

Se nas telas tradicionais a artista parece entender – dentro do sentimento barroco – o espaço branco e vazio como um inimigo a ser vencido e superado com o auxílio da matéria pictórica volumosa e, na maioria dos casos, de cromatismo vibrante, a estratégia se diferencia quando Isabela atua com suportes metálicos. A superfície prateada e impessoal do suporte é inteligentemente apropriada pela artista, que usa a cor como elemento contrastante ao mesmo tempo em que interfere com incisões que a aproximam de determinados procedimentos técnicos relacionados com a gravura em metal. Tais ações revelam uma artista sensível e corajosa com domínio de seus meios técnicos e que a partir deles consegue criar um repertório diversificado e pessoal. O estilo Isabela Francisco não surge como uma imposição; ele é o resultado de um processo determinado pela pesquisa e pelo compromisso com a experimentação.

 

Num determinado momento do século passado as estratégias da vanguarda pareciam condenar o artista a uma eterna e injusta luta contra o tempo. Passado o tempo das Utopias, o artista contemporâneo encontra-se liberto para retomar os rumos de sua própria história. Isabela Francisco atua nessa nova realidade: as suas pinturas são objetos belos e sedutores que procuram encantar os olhares cansados do Ser contemporâneo. Aqui, o que se evidencia é a ação humana, a construção de uma realidade encantada, construída com tintas e pincéis, mas também, e principalmente, com o talento e a coragem de uma artista que acredita na força transformadora da arte e cumpre, com seriedade e modéstia, o seu papel de agente transformador do mundo e da nossa realidade.

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